terça-feira, 27 de novembro de 2012

Madame Bovary - Um Divisor de Águas





Madame Bovary é um romance escrito por Gustave Flaubert que resultou num escândalo ao ser publicado em 1857. Quando o livro foi lançado, houve na França um grande interesse pelo romance, pois levou seu autor a julgamento.

  • Histórico
Flaubert foi levado aos tribunais, onde utilizou a famosa frase "Emma Bovary c'est moi" (Emma Bovary sou eu) para se defender das acusações. Acusado de ofensa à moral e à religião, num processo contra o autor e também contra Laurent Pichat, diretor da revista Revue de Paris, em que a história foi publicada pela primeira vez, em episódios e com alguns pequenos cortes.
A Sexta Corte Correcional do Tribunal do Sena absolveu Flaubert, mas o mesmo procedimento não foi adotado pelos críticos puritanos da época, que não perdoaram o autor pelo tratamento cru que ele tinha dado, no romance, ao tema do adultério, pela crítica ao clero e à burguesia: (Gostava do mar apenas pelas suas tempestades e da verdura só quando a encontrava espalhada entre ruínas. Tinha necessidade de tirar de tudo uma espécie de benefício pessoal e rejeitava como inútil o que quer que não contribuísse para a satisfação imediata de um desejo do seu coração - tendo um temperamento mais sentimental do que artístico e interessando-se mais por emoções do que por paisagens.)
É considerada por alguns autores como a primeira obra da literatura realista.

  • Enredo
O romance conta a história de Emma, uma mulher sonhadora pequeno-burguesa, criada no campo, que aprendeu a ver a vida através da literatura sentimental. Bonita e requintada para os padrões provincianos, casa-se com Charles, um médico interiorano tão apaixonado pela esposa quanto entediante. Nem mesmo o nascimento da filha dá alegria ao indissolúvel casamento ao qual a protagonista se sente presa. Emma, cada vez mais angustiada e frustrada, busca no adultério uma forma de encontrar a liberdade e a felicidade. Apesar da intensa procura de uma vida digna, e o fato dela não se dar valor, dificilmente consegue sentir-se satisfeita com o que é e o que tem.





Naturalismo, O Que É?



É um movimento artístico conhecido por ser a radicalização do Realismo, baseando-se na observação fiel da realidade e na experiência, mostrando que o indivíduo é determinado pelo ambiente e pela . A escola esboçou o que se pode declarar como os primeiros passos do pensamento teórico evolucionista de Charles Darwin.

O naturalismo como forma de conceber o universo constitui um dos pilares da ciência moderna, sendo alvo de considerações também de ordem filosófica.


Charles Darwin

Pintores Realistas: Jean-François Millet





Jean-François Millet (4 de Outubro de 1814 – 20 de Janeiro de 1875) Pintor romântico e um dos fundadores da Escola de Barbizon na França rural. É conhecido como precursor do realismo, pelas suas representações de trabalhadores rurais.

Deu forma à realidade circundante, prinipalmente a das classes trabalhadoras. o pintor manifestava a integração do homem com a natureza. Alguns temas eram tratados talvez com um pouco mais de sentimentalismo do que outros. No entanto, é nos pequenos gestos que se pode descobrir a capacidade de observação deste grande pintor. Exemplo disso é sua famosa tela Angelus (1859), hoje no Louvre.




Escultores: Auguste Rodin


Rodin      
“Considerado por alguns historiadores um escultor realista, por outros simbolistas, e por outros impressionistas”, Rodin, foi acima de tudo, um escultor ímpar, o maior génio do século XIX.
Dos artistas do passado, a sua veneração foi para Miguel Ângelo e, tal como ele, nutriu um grande amor pela representação da figura humana. Foi de Miguel Ângelo que extraiu a forma inacabada, tal como a tinha observado nos “escravos” do grande escultor renascentista.
Escultor de mérito foi sobretudo um excelente modelador, onde se relevou de uma inteira liberdade. Como escultor, contrapôs as formas lisas, polidas e aveludadas dos corpos, de delicadas superfícies e doces contornos, ao bloco de pedra, rugoso, inacabado e em bruto de onde saíram, pode-se ver isso no “Beijo”. As suas peças modeladas não são lisas nem polidas, estão cheias de superfícies reentrantes e salientes, concavas e convexas que absorvem e reflectem a luminosidade, criando uma ilusão de força, de dinamismo e de vitalidade.

Escola de Barbizon



      Movimento artístico que se sucedeu entre os anos de 1830 a 1870, integrado por um conjunto de pintores franceses que se estabeleceram próximo ao povoado de Barbizon, na região de Fontainebleau, na França.





      Os pintores de Barbizon integram o realismo pictórico francês, que com Jean-François Millet, Jean-Baptiste Camille Corot e Théodore Rousseau reagiu ao formalismo do Romantismo de um Delacroix, por exemplo.
                  Mantem um estilo realista, porém de entonação ligeiramente romântica, que se caracteriza por sua especialização quase exclusiva em paisagens e o estudo direto do natural. Influenciará no resto da pintura francesa do século 19, em especial no Impressionismo. Usualmente faziam esboços ao ar livre, para terminar as obras no atelier. Renunciam aos tipos pitorescos da vida campestre e se lançam a analisar a natureza de um modo quase escrupuloso, observação que produz efeitos sentimentais na alma do pintor, adquirindo suas paisagens uma qualidade dramática perceptível.
                 Alguns pintores, como Milet, foram alem da idéia original, incluindo figuras em suas paisagens, como personagens da vida campestre e de seu trabalho. Para ele era mais importante o homem que o cenário natural. Diferente de outras escolas, nesta não existe dramaticidade nem intenção de denuncia social, apenas a constatação da realidade. Tanto Russeau quanto Milet faleceram em Barbizon.

Realismo - Contexto Histórico

A partir da segunda metade do século XIX, as concepções estéticas que nortearam o ideário romântico começaram a perder espaço. Uma nova tendência, baseada na trama psicológica e em personagens inspirados na realidade, toma conta da arte ocidental. Estava inaugurado o Realismo.
Esta corrente aparece no momento em que ocorrem as primeiras lutas sociais  sendo também o objeto de ação contra o socialismo progressivamente mais dominador.
Na busca de demonstrar essa nova realidade, opressora e desigual, fundou-se o Realismo, que queria mostrar as deficiências da sociedade.


Angelus, Museu do Louvre – Paris, 1859